Tamako Market: Um Gentil, Doce e Inofensivo Convívio

 Continuando na minha saga de revisitar Séries da Kyoto Animation, eu decidi rever Tamako Market (Séries) e com isso reavaliar o meu olhar sobre essa série que iam se fazendo 5 anos desde a primeira vez que vi, a minha nova opinião? bem... (Esse Artigo Terá Uma Dose de Spoilers)


Falar Por Si Mesmo Tem Um Valor Muito Mais Agradável (Episódios 1 ao 4)

Os episódios 1 e 2 são bem mais uma introdução de aspectos e personalidades de personagens do que outra coisa, a obra nem se preocupa em nos dizer sobre o local ou outras particularidades do mundo do qual somos jogados, e nem acho que real precisava disso, já que é tão simples o contexto em que estamos: Um distrito comercial e seus moradores convivendo, e como caráter principal temos Kitashirakawa Tamako, a responsável por nos encarregar nesse Slice of Life. Como quase uma reposta do que eu disse, temos o personagem Cômico da história, Dera, um pássaro falante que se encontra jogado na cara da Tamako quando a garota visitava a floricultura do distrito, e com o Dera, que refriso é um pássaro falante, vemos como elementos fantasiosos não são alheios a série, temos porque temos, e se isso atrapalha? não, ainda é um slice of life de várias pessoas que dividem o mesmo espaço de trabalho, a mesma parte social da cidade, o mesmo Convívio. O episódio 2 é precocemente um episodio de dias dos namorados, nele temos a Tamako e seu possível par romântico (ou assim ele queria) elaborando ideias para tornar o Distrito Comercial mais receptivo ao tema do dia, e agindo como o "conflito do dia" o pai da Tamako, que por muitas vezes é o personagem ranheto da série (inclusive o auxílio de comedia dele é uma briga com o pai do Mochizou, em relação a Tradição x Desábito) Interfere nos planos de ambos assim criando uma ponte bem mais visível sobre a ótica dele em relação a mudanças, ele as teme porque pensa são o ato de que algo está errado, e mesmo que sendo contra as ideias mirabolantes de mochi da Tamako, no fim como o bom pai que é, aceita fazer algumas unidades do doce com as ideias da garota para sua loja. E isso me faz ainda mais gostar desse episódio que no geral não tem nada muito grande por trás, apenas essa indecisão do homem em querer tornar a sua loja, o bem mais precioso que sua esposa amava, algo sempre em constante mudança e assim se perdendo ao longo do tempo, ou assim ele pensa. 
Episódio 3, nele temos a personagem que irá ser encaixada no grupo principal feminino composto por:Tamako, Midori e Kanna, em uma primeira visão da Shiori, pensamos em como ela pode soar deselegante e quase que tomada por uma parte de confronto ao grupo de amigas, mas não é bem assim, após o pássaro Dera cair e entrar em contato com a garota, ele tenta de várias formas fazer com que ela se apaixone por ele, isso fazendo a garota o levar a casa da Tamako, lá ela come mochi, faz comida para a família da Tamako, tomam banho juntas..., e no outro dia, sequer um "oi" a Shiori fala para a nossa protagonista, Timidez, o comportamento social é totalmente distante da personagem, ela não ignora porque quer, apenas é impossível Falar. Em meio a toda uma sorte de conflitos, ela tem que retornar ao Distrito novamente com seu professor (que visitaria a família da protagonista) e a recepção de cada morador do local não é entendida pela garota, todos ali só a viram uma vez, e já tomam parte da garota como alguém da família, apenas por andar com o Dera, que é quem faz a garota quebrar o silêncio e apropriadamente falar com seus próprios lábios, as palavras que treinava na frente do espelho, porém não conseguia as dizer: "Foi divertido, Obrigada!"
(Anko, Irmã Mais Nova da Tamako)
Nesse Episódio 4 temos um flashback que pela primeira vez nos coloca a par da já falecida mãe da Tamako, e ele tende a ser bem diferente de episódios onde um backstory assume o papel de idealizador de temas, aqui esse backstory apenas faz um paralelo com um festival que acontecerá, e com isso a movimentação de clientes vai ser maior. Aqui a Anko tem uma certa paixonite por um de seus colegas e recebe a oportunidade de visitar o museu com os amigos, incluindo o menino da qual ela gosta, porém ela precisa ajudar na loja, e recebe um sonoro "não" de seu pai. Após uma série de acontecimentos, a garota consegue a permissão para ir, mas no meio do caminho ela é interrompida com um pedido de ajuda para cooperar na preparação das crianças para se vestirem para o festival, assim como sua mãe realizava com ela. E eu gosto de como a An em nenhum momento no episódio toma como tristeza o fato de ter certas semelhanças nos cenários, uma criança que não gostou da vestimenta e maquiagens preparadas com tanto carinho, como ela fazia no passado com a mãe, mas bastam palavras de afeto para que também se entenda o valor das ações. e com um sorriso ela recita para a criança que não entendia o valor do carinho aplicado em toda preparação, as mesmas palavras que ouviu da mãe.
É de interesse á se destacar, que nenhum membro da família lembra da mãe com uma aura de tristeza, é nitidamente um esforço principalmente da Tamako e do Pai manterem a loja de mochi viva, mesmo que ambos se "confrontem" no caminho para tal. o pai como eu disse acima, prefere manter tudo substancialmente o mais tradicional e igual a outrora possível. A Tamako já tende a agir mais em conjunto com ideias para reflorescer o negocio da família que a mãe tanto amava. Ainda indo na linha de citações da mãe, logo no episódio 1 vemos uma procura da garota para com uma música que a mesma cantava, contudo sempre sem sucesso.

Obviamente Isso Não Iria Resultar em Nada, Ou... (Episódios 5 e 6)

Está aqui uma dada parte da série que eu sou relutantemente contra, apesar de termos partes de episódios na escola (No Clube de Bastão em sua maioria), Tamako Market em nenhum momento virou sua chave e mudou a ambientação tão ferozmente assim, e quando o resolve nos entrega os fatídicos episódios de viagens escolar, e nesses episódios em si, estão escorados em uma inquietação romântica do Mochizou. Eu desgosto desses espólios da serie, acho que sai muito do que mais gosto na obra, a escolha de um só local vivido para apresentar temas e uma comédia o mais estóica possível, sem cair em precipitações ou piadas mais dotadas de seriedade. Esses dois episódios são o ponto mais fraco da série ao meu ver. Ainda que tenhamos um gancho para dar mais margem para os "mistérios" que assolam o redor do Dera.

Seja Bem vinda, Entre! e "Mochi Fresco é Delicioso!" (Episódios 7, 8, 9 e 10)

Nessa sequência de episódios temos tanto a introdução e encargo de uma personagem nova, a Choi, uma espécie de clarividente do país natal do Dera, quanto somos entregues ao tempo de tela do pai da Tamako e a música que ressoava pelo distrito, que bem, era uma música que partia de uma declaração de amor do seu pai para a mãe. Sim, o pai da Tamako era o autor da música que ela estava cantarolando distrito a dentro, embora eu queira deixar isso mais para o final e tomar parte desse bloco aqui para falar do florescer do "amor" da An, acima eu citei que a mesma tinha uma certa paixão precoce por um colega, aqui, como se não já não soasse "Hollydiano" demais, o colega vai se mudar, e a Anko sente um certo medo de ter o ultimo contato, uma ultima palavra com ele, já que mesmo adultos não sabem os desencontros da vida, quem nos dirá uma criança. Medo de se ver é um sentimento muito recorrente na vida, que passa por varias ações e chega a ser solitário quando a partida de alguém querido e colocado a par de momentos assim, e no episódio, encorajada pela irmã, pelo Mochizou e seguindo uma certa tutela do Dera, a An decide correr, mesmo que cair ainda faça parte dessa pequena jornada de uma criança "apenas" indo se despedir de um colega de classe, nada consegue substituir uma ultima palavra que jamais poderá ser dita novamente em um ultimo encontro, contudo aqui não é tão frio assim, um suspiro, dois passos e entregando um presente de despedida ao amigo, "Mochi fresco é delicioso!" bem, se despedir tem lá suas vantagens, para a An, uma resposta aguardada: "Nos vemos novamente!".






-Por que não falar sobre certas coisas?-
Em algumas linhas acima eu comentei as poucas vezes que a mãe da Tamako é citada, mesmo em episódios onde a figura materna seria essencial e ímpar para dentro dos temas que a obra tenta entregar, definitivamente a narrativa não recorre a mãe, embora nesse episódios finais seja o contrário. A figura da mãe não é resgatada como uma procura da história por nos fazer sentir apreço pelos personagens que a cercavam, mas sim para somar com a necessidade de trazer um pouco a tona os valores da personagem e suas marcas deixadas, a mãe não é um tom de tristeza que sempre paira pela casa, na verdade é o contrário, lembrar dela com alegria tem muito mais sentido por aqui.

Já fechando essa sequência da mãe, temos o backstory final, entregando o encontro dela do com o Dai. visualmente esse episódio é bastante reconfortante, pois embora nada demais seja esclarecido sobre a personalidade da Hinako, conhecemos o quão tenaz eram as motivações dela, tudo como parte de enfim nos localizarmos no porquê do Dai sempre ser contra grandes mudanças na loja, essa loja também faz parte da Hinako, e se ele a mudar pouco a pouco, ainda restará algo dela? uma retórica quase eterna.
E encerrando o passado em relação ao presente, o episódio termina com palavras e ações de afeto, não muito distante de como a Hinako sempre quis que o mochi disseminasse nas pessoas que comiam o doce. o presente pode não trazer devolta sensações que no passado sentira, contudo, elas ainda existem.


Final Com Poucas Ressalvas e Parte Técnica(Episódios 11 e 12) 

Ok, Talvez seja o momento ideal de eu citar como a produção de Tamako é muito boa, até com palavras vazias como as que vou citar talvez já ilustre uma parte de como o carinho da Kyoto Animation, não só aqui: mas em outras das suas séries exala para com seus personagens ismos de produção. A direção desses dois últimos episódios ficam ainda mais simbólicas do que na primeira metade da série (E spoilers de lado, em Tamako Love Story chega a seu apíce). Contudo eu separei esse bloco para essas meias palavras não só para elogiar a parte externa da série, mas também para deixar um ponto de "exclamação!" para o quão cinza foi esse final, não por ser ruim ou por óbvias ações/escolhas, mas sim por não mais ter aquela vivacidade que a ambientação de antes, Tamako Market fazia. É um final que fecha as cortinas, mas ainda dá para espiar, não atoa temos anos depois o Filme para fechar um dos elementos que antes faltaram...Mas, é um final sem muito que dizer, é para todos os efeitos o Fim da Convivência, ao menos ali, na mídia.



Texto Escrito e Editado Por: Carlos
Assista Tamako Market por Meios Oficiais: Indisponível.





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